A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou recentemente um novo medicamento para o tratamento do diabetes tipo 2.
O produto é a base de linagliptina e “é um medicamento da modernidade”, avalia o nefrologista Artur Riberio Beltrame, titular do departamento de medicina da Unifesp e presidente da Fundação Oswaldo Ramos – mantenedora do Hospital do Rim.
A doença se caracteriza pela incapacidade do pâncreas em produzir insulina, substância que ajuda o corpo a controlar a quantidade de glicose no sangue. A linagliptina inibe o hormônio DPP-4, uma enzima que destrói o hormônio GLP-1. Esse hormônio vai ao pâncreas e faz com que ele secrete a insulina. “A insulina faz com que a glicose não suba tanto no nosso sangue e mantém um equilíbrio dessa substância no organismo”, explica o especialista. Segundo Beltrame, a grande vantagem do novo medicamento é que a linagliptina não é excretada pelo rim, e sim pelo tubo gástrico intestinal ou pela bile. “Podemos usá-la desde o começo e não se preocupar se o rim ficou afetado. O rim não vai sofrer um agravo da medicação”, afirma.
O médico explica ainda que o medicamento “não é a solução para a diabetes, assim como a aplicação de insulina também não é. Mas tem a vantagem de ser usada com outros medicamentos e não causa a hipoglicemia [queda de glicose]”. A hipoglicemia provoca sintomas como confusão mental, aceleramento do coração, sonolência, tremores e outros. “E é potencialmente fatal”, acrescenta Beltrame.
O medicamento é comercializado no Brasil a partir de uma parceria entre os laboratórios Boehringer Ingelheim e Eli Lilly. De acordo com a assessoria de imprensa das empresas, o preço do produto “varia de acordo com o valor de ICMS do Estado referente e também com o valor final dos descontos praticados pelas farmácias.” O preço pode variar de R$ 92,50 a R$ 178.
Doença
A diabetes tipo dois tem incidência maior entre adultos com idade a partir de 40. Nesses casos, o paciente produz insulina, mas tem resistência a ela. “Possuem certos fatores que fazem com que ela não trabalhe direito”, explica. Entre os fatores que levam a esse tipo de diabetes está obesidade, uso de certos medicamentos, idade e hereditariedade.
Pessoas com essas condições devem fazer controles anuais da glicemia. A falta de tratamento pode provocar complicações, como insuficiência renal terminal, que leva à hemodiálise ou transplante; cegueira, devido à retinopatia de retina; e distúrbios neurológicos e vasculares.
Ainda de acordo com o médico, pessoas que estão no grupo de risco e que apresentam mais vontade de urinar e aumento de apetite devem procurar um médico, “pois esses são sinais alarmantes da diabetes”, avalia o médico.
Dados
Já o tipo 1 da doença “aparece, em geral, na infância ou nas primeiras fases, até 15 ou 16 anos, porque o organismo não reconhece mais as células do pâncreas como sendo do organismo e as ataca. Dessa forma, elas não produzem mais insulina. Nesses casos, os sintomas são mais fortes e a doença é mais rapidamente identificada.
Atualmente, 10% da população geral tem diabetes. A doença, junto com a hipertensão (que atinge 30% da população), e a obesidade são consideradas “o grande matador do brasileiro”, afirma o especialista. Segundo ele, 34,2% da mortalidade geral no Brasil é provocada por esse trio. “Depois vem o cigarro e o colesterol”, finaliza Beltrame.
Fonte: Portal Band.
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